Neste momento lembro da primeira enchente que vivi em Blumenau...
Era menina e morava com minha família em uma casa simples de madeira no bairro da Glória, era a última casa de uma ruazinha sem saída e ficava num terreno mais baixo que as demais...
Chuvas intensas preocupavam meus pais. Lembro de uma enchente que eu via pela TV, a Beira Rio debaixo de água e ouvia a voz do Rodolfo Sestrem informando a situação...
Minha casa havia sido invadida pela água... Quando acordei com o som do choro da minha mãe, olhei ao redor eu estava na cama dela ao lado de meu irmão que dormia e ela estava de pé dentro da água que faltava pouco para alcançar o colchão...
Uma aranha caranguejeira enorme nadava em direção à cama... Meu pai era bombeiro industrial da empresa onde trabalhava e estava auxiliando no resgate com os bombeiros da cidade, sem saber o que estava acontecendo em casa...
Não recordo o que aconteceu depois... Essas são as lembranças que tenho da infância relacionadas à enchente.
A última enchente que passamos já estava na casa onde moro hoje e vi ao redor muito desmoronamento, muita água, muitas casas alagadas e abrigos lotados com pessoas desesperadas sem saber o que fazer...
Estávamos sem luz e água nas redondezas, os vizinhos desesperados, minha mãe em pânico por causa do meu irmão que estava em área de risco, foi difícil acalmar os ânimos...
Me senti impotente e não consegui reagir além de me recolher à minha a casa e ficar com meu filho... Duas semanas depois, quando os acessos foram liberados e saí de casa para o trabalho, vi a destruição que a enchente e os desmoronamentos haviam deixado...
Entrei em choque e voltei para casa chorando, foi assustador e fiquei pensando nas pessoas que sofreram tudo, que passaram por tudo aquilo, não consegui não sofrer por eles, precisei de tempo para reordenar o que estava sentindo para sair à rua no dia seguinte.
Hoje a enchente assola minha cidade novamente, estamos mais uma vez ilhados, sem acesso pelas estradas, novamente há muitos alagamentos, quedas de barreiras e abrigos...
A diferença é que agora estou um pouco mais preparada e posso pensar novas formas de agir e sentir todo esse desastre que nos assola.
Tenho amigos com quem compartilhar e posso me unir a eles para auxiliar a população, estou online me comunicando, sabendo e transmitindo notícias.
Força Blumenau! Mais uma vez sei que vamos passar por essa e sair marcados, mas sem dúvida mais forte e preparados.
E eu... Estou aqui... Fazendo o pouco que me é possível, mas que talvez seja o muito para alguém...
Era menina e morava com minha família em uma casa simples de madeira no bairro da Glória, era a última casa de uma ruazinha sem saída e ficava num terreno mais baixo que as demais...
Chuvas intensas preocupavam meus pais. Lembro de uma enchente que eu via pela TV, a Beira Rio debaixo de água e ouvia a voz do Rodolfo Sestrem informando a situação...
Minha casa havia sido invadida pela água... Quando acordei com o som do choro da minha mãe, olhei ao redor eu estava na cama dela ao lado de meu irmão que dormia e ela estava de pé dentro da água que faltava pouco para alcançar o colchão...
Uma aranha caranguejeira enorme nadava em direção à cama... Meu pai era bombeiro industrial da empresa onde trabalhava e estava auxiliando no resgate com os bombeiros da cidade, sem saber o que estava acontecendo em casa...
Não recordo o que aconteceu depois... Essas são as lembranças que tenho da infância relacionadas à enchente.
A última enchente que passamos já estava na casa onde moro hoje e vi ao redor muito desmoronamento, muita água, muitas casas alagadas e abrigos lotados com pessoas desesperadas sem saber o que fazer...
Estávamos sem luz e água nas redondezas, os vizinhos desesperados, minha mãe em pânico por causa do meu irmão que estava em área de risco, foi difícil acalmar os ânimos...
Me senti impotente e não consegui reagir além de me recolher à minha a casa e ficar com meu filho... Duas semanas depois, quando os acessos foram liberados e saí de casa para o trabalho, vi a destruição que a enchente e os desmoronamentos haviam deixado...
Entrei em choque e voltei para casa chorando, foi assustador e fiquei pensando nas pessoas que sofreram tudo, que passaram por tudo aquilo, não consegui não sofrer por eles, precisei de tempo para reordenar o que estava sentindo para sair à rua no dia seguinte.
Hoje a enchente assola minha cidade novamente, estamos mais uma vez ilhados, sem acesso pelas estradas, novamente há muitos alagamentos, quedas de barreiras e abrigos...
A diferença é que agora estou um pouco mais preparada e posso pensar novas formas de agir e sentir todo esse desastre que nos assola.
Tenho amigos com quem compartilhar e posso me unir a eles para auxiliar a população, estou online me comunicando, sabendo e transmitindo notícias.
Força Blumenau! Mais uma vez sei que vamos passar por essa e sair marcados, mas sem dúvida mais forte e preparados.
E eu... Estou aqui... Fazendo o pouco que me é possível, mas que talvez seja o muito para alguém...
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